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sábado, 5 de setembro de 2009

Plano de Estudo Mensal II


A tarefa de estudo em casa referente ao 2º encontro é:

1. Leitura integral do Evangelho de Marcos.

2. Quem é Jesus?

3. O que é o cristianismo?

4. Em síntese, qual é o princípio mais importante do cristianismo?


2º Encontro - Introdução ao Cristianismo

1. A doutrina cristã

O cristianismo foi inicialmente só praticado. Os escritos começaram a aparecer em torno do ano 50 depois de Cristo. O Novo Testamento corresponde a um esforço de pôr a memória de Jesus e dos apóstolos por escrito. Essa etapa de redação termina pelo ano 100. Em 135, encerra a geração apostólica. Os escritos passam a ser no sentido de defesa do cristianismo frente ao Império. Os apologetas e os pais da Igreja deixaram escrita a doutrina e os costumes dos cristãos. Somente em 325, é que a Igreja define oficialmente a sua doutrina.

Em síntese, o cristianismo crê em um Deus único e manifesto em três pessoas. Acredita que a vida, morte e ressurreição de Jesus trouxa a reconciliação entre homens e Deus. Pelo batismo se é redimido dos pecados e pela fé obtém-se a salvação. O homem a partir de Cristo é adotado como filho de Deus, imortal e chamado à comunhão eterna. Portanto, o cristianismo responde quem é Deus e qual a condição do homem dentro do mistério da salvação. Isso distingue o cristianismo das demais religiões.

1.1.Considerações finais

A Igreja chegou até o século 21 através de uma longa de história de acertos e erros. Ela foi se constituindo aos poucos e com a ajuda de muita gente. E muitos deles cometeram erros que prejudicaram a trajetória da Igreja. Então, hoje quando queremos examinar a Igreja na sua forma apostólica, devemos conhecer as origens e principalmente o ensinamento dos pais da Igreja.

A Igreja sempre foi constituída de igrejas. Mas depois de a Igreja ter se consolidado, em 1054, houve uma divisão entre Igreja do Oriente e Igreja do Ocidente. O fato é que muitos não conseguiram levar adiante a parceria entre Igreja e Estado sem se corromper. Depois em 1517, houve uma segunda divisão com Martinho Lutero. As divisões foram motivadas pelo desejo de uma Igreja pura, sem desvios da doutrina dos apóstolos. Nos séculos seguintes, surgiu uma multidão de igrejas antagônicas.

Ao examinarmos a vida dos primeiros cristãos, observamos que havia muitas diferenças entre as comunidades, mas não havia uma guerra de igrejas. Além disso, o exemplo comum vem dos apóstolos. Se lermos sem preconceitos os escritos antigos, entendemos que podemos conviver pacificamente porque a fé cristã é simples: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”. O princípio do mandamento é amar a todos, e o exemplo é o amor sem distinção que Jesus viveu. Um dia Leonardo Boff perguntou a Dalai Lama qual era a melhor religião, e ele disse “é aquela que te faz melhor”. Ou seja quem amar mais, estará se aproximando de Cristo com mais originalidade e propriedade.

A vida dos primeiros cristãos era marcada pelo amor fraterno, pelo desapego às riquezas, pela hospitalidade. Acima de tudo, por uma comunhão cuja cabeça ou ponto de unidade é Cristo. Se alguém consegue se aproximar desse clima de amor universal, escolhe a melhor parte. Os cristãos não tinham uma vida extraordinária, cheia de dízimos, milagres e orações fantasiosas. Pelo contrário, uma vida de desafios, perseguições e ao mesmo tempo de uma fidelidade, de um amor radical, de um comprometimento.

2º Encontro - Introdução ao Cristianismo

1. Origem e formação do cristianismo

1.1. A gênese da Igreja


A palavra igreja vem da língua grega ekklesía e significa “assembleia”. O sentido que se dava à palavra antes de ser adotada pelos cristãos era o de “reunião de pessoas convocadas”. Assim a igreja surge como uma assembleia chamada por Deus através de Jesus Cristo para formar uma comunidade, cuja marca é amor fraterno. Esta é chamada no Novo Testamento de Corpo de Cristo.

A origem da Igreja foi assim: depois da morte de Jesus no ano 29 da era comum, os apóstolos ficaram inquietos com o fato de terem sido testemunhas da pregação e da vida de seu mestre. Então, começaram a organizar comunidades para preservarem a memória de Jesus e conquistar novos discípulos. A Igreja teve seu início em Jerusalém, na primeira metade do século 1º da era comum.

A Igreja primitiva se reunia nas casas. Aos domingos, havia a leitura dos textos bíblicos, comentário por parte de um apóstolo, e a segunda parte era um jantar em memória de Cristo que mais tarde passou a ser chamada de Eucaristia. Os cristãos não se distinguiam da maioria de seu tempo, apenas no testemunho de fé. Os Atos dos Apóstolos nos mostram uma comunidade unida, fraterna, onde tudo era posto em comum. Os cristãos continuavam a freqüentar o templo e eram perseverantes na fé. O cristianismo inicial era considerado uma seita do judaísmo: Pois Jesus foi um rabino, era judeu praticante e nunca foi “cristão”.

Por isso a Igreja é chamada de Católica e Apostólica. Primeiramente, é católica porque se diferia do judaísmo e de outras religiões da antiguidade que eram nacionais, a igreja nasce aberta a todos (católico significa “universal”). Segundo, ela é apostólica porque foi fundada sob o testemunho dos apóstolos. A Igreja parte de Jerusalém e começa a evangelizar os povos vizinhos até chegar a Roma, o centro do maior império da época. Paulo se destaca como um dos grandes difusores do cristianismo.

1.2. A difusão do cristianismo no Império Romano

A Igreja Católica tal como a conhecemos agora é fruto de quase dois mil anos de desenvolvimento, muitos costumes e formas de organização foram sendo agregados à fé recebida dos apóstolos. A razão é que a Igreja foi se espalha por todos os povos da antiguidade e recebeu diferentes formas de estruturação de acordo com os costumes locais.

Com o passar dos anos, a geração dos apóstolos foi envelhecendo, os cristãos foram se distanciando da época de Jesus. Houve necessidade de escrever os acontecimentos sobre a vida e pregação de Jesus e dos apóstolos. Décadas mais tarde surgiram os evangelhos, e ao longo de meio século foram sendo escrito os livros do Novo Testamento. No ano 70, Jerusalém foi destruída e os cristãos se dispersaram e o ponto de referência para as comunidades cristãs passou para várias cidades como Antioquia, Corinto, Alexandria e mais tarde Roma.

É a partir do século 2º, depois da morte dos últimos apóstolos é que a Igreja foi ganhando contornos e decidindo a sua doutrina. As tradições passaram a ser escritas e normas começaram a ser estabelecidas. Foram precisos mais de dois séculos para que o processo se completasse. A Igreja espalhou por muitas regiões distantes e surgiram modos diferentes de viver e interpretar a fé. Aqueles que sucederam os apóstolos instituíram “diretores”, os bispos para administrarem as igrejas e asseguram a transmissão fiel dos ensinamentos de Cristo.

A Igreja cresceu em meio à dor, dois problemas foram graves: as heresias e as perseguições romanas. Houve muitos líderes de comunidades cristãs que pregaram doutrinas diferentes, as chamadas heresias. Foram necessárias discussões e reuniões para solucionar os conflitos. Assim surgiram os concílios, o primeiro foi realizado em 325 em Niceia. Nesta reunião se decidiram e puseram por escrito a síntese da fé transmitida pelos apóstolos, o texto do Creio, que é recitado nas missas.

Os cristãos tinham de se defender das seitas que iam surgindo. Cada uma enxergava Cristo de um modo diferente: umas o consideravam só Deus, outros só homem. Os livros do Novo Testamento também foram escritos todos separados e cada Igreja reconhecia como inspirada uma lista diferente. Assim foi necessário montar uma lista (cânon), decidindo para o uso de todos, quais livros fariam parte do Novo Testamento. Foram escritos dezenas de livros, apenas 27 foram escolhidos. Depois de trezentos anos, a Igreja já havia organizado sua Bíblia e suas doutrinas.

1.3. Época das perseguições

A Igreja teve de se formar em meio a muitas perseguições. A fidelidade aos ensinamentos de Jesus causou muitos conflitos com outras religiões da época. A Igreja sobreviveu e se fortaleceu às custas de muito sangue. Primeiramente, os apóstolos foram perseguidos pelas lideranças judaicas por afirmarem que Jesus era o Messias. Depois que a Igreja se espalhou dentro do Império Romano, vieram outros conflitos. No período de 64 a 313 houve perseguições violentas por parte dos romanos.

As razões da rejeição pública foram algumas particularidades da fé cristã: O imperador era adorado, toleravam-se todas as religiões, mas todos deveriam prestar culto ao imperador. Os cristãos se negavam a isso, e discriminavam todo tipo de idolatria. Os cidadãos romanos passaram a considerar a postura dos cristãos como um ato de infidelidade ao imperador, de oposição política. Então, os imperadores e a opinião pública passaram a hostilizar as comunidades cristãs. O cristianismo transformou-se em uma religião clandestina.

Os cristãos se reuniam às escondidas, tinham senhas. E quando alguém era descoberto, era julgado e condenado à morte. Os condenados eram queimados, crucificados ou jogados nas arenas para serem destroçados por feras para o divertimento do público. Neste período surgiram dois tipos de liderança muito importante para que a Igreja se reconciliasse com o império: os apologetas e os mártires.

O cristianismo era composto inicialmente por pessoas simples e analfabetas. Com o seu exemplo, muitos filósofos e intelectuais se converteram e começaram a escrever defendendo os cristãos. Esses tentaram convencer população e imperador de que os cristãos não eram perversos. Eles foram chamados de apologetas, isto é, “defensores”. Juntamente com eles, outros assumiam a fé publicamente diante dos tribunais e eram mortos. Seus exemplos de fortaleza animavam os outros cristãos. Eles foram chamados de mártires, isto é,“testemunhas”.

Os apologetas, os mártires e outros guardiães da fé são chamados de pais da Igreja. Porque no período de infância, perseguição e formação da Igreja, eles lutaram e defenderam a fé da Igreja. A palavra e o testemunho deles geraram a Igreja. Por isso, surgiu o costume de chamar as lideranças religiosas de pai (presente hoje nas versões “padre”, “abade” e “papa”). No século IV, o imperador Constantino se converteu ao cristianismo.

No ano 313, baixou um decreto tirando o cristianismo da ilegalidade. Esse foi o fim das perseguições. A partir dessa época, o império passou a patrocinar a Igreja. Roma se tornou uma Igreja muito importante, sede do império. Lá também morreram Pedro e Paulo. Então, a Igreja ganhou o adjetivo “romana”. Formando-se a denominação Igreja Católica Apostólica Romana. Na antiguidade, as igrejas eram reconhecidas pelo nome do lugar, por exemplo: igreja de Antioquia, igreja de Corinto. E cada comunidade era chamada de igreja, quando se falava católica, então, se referia à comunhão de todas elas.

2º Encontro - Introdução ao Cristianismo


1. Definição

O Cristianismo (do grego Christós "Ungido") é uma religião monoteísta[1] centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A fé cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor e se dá pela adesão pessoal a Jesus. Na Igreja primitiva, era chamado simplesmente de “O Caminho”. Entende-se como cristianismo um movimento muito maior do que igrejas, é uma cultura e um modo de vida.

1. Palestina: berço da nova religião

1.1. Situação histórica

O cristianismo é uma religião que surgiu no século I depois de Cristo. O seu berço é a Palestina, na época uma província do Império Romano desde o ano 63 antes de Cristo. Os romanos dominaram a região que a transformaram numa “colônia” romana. Os judeus tinham de pagar impostos ao Império. A situação se estendeu até o século VII, quando veio a dominação árabe. Os judeus possuíam uma cultura patriarcal, ou seja, o pai/homem era o centro da família. Eles estimavam muito a religião, por isso religião/política se equivaliam. A sociedade estava divida em grupos: Fariseus, saduceus, zelotas e essênios. O cristianismo primitivo foi considerado mais uma seita.


64 a. C. – Os romanos tomam a Palestina.

6 d. C. – Nasceu Yeshua, filho de Yosef e Myriam.

27- Yeshua inicia a sua pregação e forma discípulos.

29 – Yeshua é morto, ressuscita e é reconhecido como o Messias.

30 – Inicia-se a Igreja de Jerusalém.

44- Paulo se torna um grande divulgador do cristianismo.

70 – Jerusalém é destruída, o cristianismo se separa do judaísmo.

112 – Início das perseguições aos cristãos.

325 – Niceia define a doutrina cristã.

313 – O imperador Constantino dá liberdade aos cristãos.

1.2. Situação geográfica

A Palestina antiga se situava onde hoje é o Oriente Médio. O território abrigava em torno de 3 milhões de habitantes. A língua falada era o aramaico. Havia duas estações: um verão seco e castigante e um inverno com chuvas ou neve por tempo prolongado. A região possui desertos e vales férteis ao longo do rio Jordão. Havia o Lago de Genesaré e o Mar Morto. Nas margens do Jordão formavam-se muitas áreas férteis, banhadas pelas cascatas e riachos que desciam dos morros, alimentando o Rio Jordão e irrigando as planícies cobertas de trigo, cevada e milho.

O território entre o Rio Jordão e o Mediterrâneo, chamava-se Cisjordânia e continha as províncias importantes da Galiléia ao norte, da Samaria ao centro e da Judéia ao sul. O território do outro lado do Rio Jordão, chamava-se Transjordânia, e continha várias províncias, entre as quais Peréia e Decápolis.


[1] Monoteísmo é uma religião que admite um Deus só. O politeísmo admite a existência de vários.