Social Icons

sexta-feira, 26 de maio de 2017

Moral Cristã



UM JOVEM CRISTÃO PODE IR ÀS FESTAS E BEBER?
Questões sobre moral cristã

  A
s festas estão relacionadas a uma emoção muito positiva do ser humano que é a alegria. Festas desde tempos imemoriais sempre serviram para celebrar, exaltar a vida. O uso de bebida nas festas atende ao costume de relaxar e tornar a celebração mais descontraída. Tanto as festas seculares quanto as religiosas estiveram ligadas ao uso do vinho tanto na cultura semítica quanto na cultura grega.
Porém, desde o início o cristianismo tem uma forte tendência ao ascetismo. Às vezes era exigido do fiel moderação nos prazeres; em outras regiões ou igrejas o prazer era totalmente desencorajado. No encratismo, temos a posição mais extrema: Todo prazer carnal é posto sob suspeita.
Se você perguntar, a Bíblia proíbe ou não? O texto bíblico é polifônico. Existem textos que falam com naturalidade sobre festas e consumo de bebidas. É importante frisar que festas na Bíblia têm caráter religioso. Isto porque o secular e o religioso estavam interligados. A festa da Páscoa era religiosa e secular simultaneamente. Os antigos hebreus não separavam religião de política. Por lado, existem textos que prescrevem moderação e condenam os “beberrões”. E sabemos hoje que o excesso do consumo de álcool está ligado a uma patologia!
No Novo Testamento, talvez soe melhor para essa orientação o conselho paulino de 1 Coríntios 6, 12: “ ‘Tudo me é permitido’, mas nem tudo convém. ‘Tudo me é permitido’, mas eu não deixarei que nada domine.”. Além disso, a moral cristã se orientou historicamente por uma idéia de autodomínio. Portanto, poder ir às festas e beber em si não há razões para considerar isso pecaminoso. O que deve é cada um medir suas ações considerando quais contribuem de fato para sua felicidade ou não. A “justa medida” de Aristóteles poderá também orientar nessas situações: “Evitar os excessos”.
Quando Jesus comenta essas questões polêmicas da tradição, ele afirma: “O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem” (Mt 15, 11).  É preciso levar em conta que o peso da lei não está tanto nos detalhes das regras, mas o significado maior dos mandamentos que é a preservação da vida e amor ao próximo.
Portanto, é invasiva a atitude de líderes religiosos que tentam controlar seus fiéis proibindo-os de ir às festas e de beber. Eles precisam fortalecer a autonomia deles para que possam estar no mundo e em tudo que é profano, mas preservando a fé que têm. Muitos chegam até insistir que as situações em que Jesus bebeu vinho no Novo Testamento, tratava-se de “suco de uva”. Não precisa jogar com o texto, é só ter autonomia para fazer escolhas.