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domingo, 8 de setembro de 2019

2º História Deuteronomista


OBRA HISTÓRICA DEUTERONOMISTA (OHDt)

2.1. Introdução



A hipótese da história deuteronomista considera que os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis continuam a motivação do Deuteronômio.
A História Deuteronomista narra os acontecimentos desde a conquista da terra até o exílio. Os livros que compõem esta literatura são um gênero de história teológica, ou seja, ela narra os acontecimentos de modo interpretativo.[1]A HDt mostra que havia vários lugares de culto a Yahweh, mas a partir da decisão de construção do templo, Jerusalém torna-se o centro da prática. A separação entre os reinos do norte e do sul muda esta situação. Jeroboão retoma os cultos de Dã e de Betel. Mas são condenados. Ezequias e Josias tiveram o mérito de centralizar o culto em Jerusalém. Portanto, essas narrativas têm como sustento a conquista da terra por Josué. Este feito ocorre por causa da fidelidade do povo.[2]Seguimos com uma breve apresentação deles:

A.   A conquista de Canaã e o período dos juízes

2.2. Josué

 Ao se aproximar da Terra Prometida, Moisés morre e Josué torna-se seu sucessor na condução do povo. O livro se ocupa das batalhas de conquista da Terra Prometida e da distribuição de terras com as 12 tribos.
A estrutura de Josué contém um prólogo, a descrição da ocupação da terra prometida e uma renovação da aliança.
1ª parte – A conquista de Canaã (1-12).Os preparativos para a conquista da terra (1.1–5.12), a espionagem de Jericó, a passagem pelo Jordão e a celebração da Páscoa (5. 13-15).
 2ª parte - Partilha entre as doze tribos (13-22).A distribuição da terra (13–21), são distribuídas as terras da margem oriental do rio Jordão e daquela da parte ocidental do rio. Estabelecem-se as cidades de refúgio eas cidades dos levitas (20.1-9; 21.1-45). Em seguida, acontecem o cerco e a destruição de Jericó, a renovação da aliança e a conquista no centro, sudoeste e noroeste de Canaã (12.1-24).
3ª parte - Assembleia em Siquém (23-24).Josué as duas tribos e meia de volta à sua herança no lado oriental do rio Jordão. Acontece o discurso de despedida de Josué. A narrativa da assembléia de Siquém e a morte de Josué(22–24).[3]
São textos fundamentais para entender todo o percurso do livro: Passagem do Jordão (Js3, 1-5, 1); circuncisão e Páscoa (Js5, 13-6, 27); queda de Jericó (5, 13-6, 27); batalha de Gabaão e milagre do sol (Js 10, 1-3) e aliança de Siquém (Js 24).

2.3. Juízes

Depois da morte de Josué, o povo de Israel fica sem um líder. Yahweh suscita os juízes para liderar o povo. Os israelitas tinham um grande inimigo na costa, eram os filisteus. O livro contém uma introdução com uma interpretação teológica do tempo dos juízes. E introduz a sequência da condição de Israel com pecado, castigo, arrependimento e libertação: “Então os israelitas fizeram o que era mau aos olhos de Iahweh” (Jz 2, 11) e “Então a ira de Iahweh se acendeu contra Israel” (Jz 2, 14).
     1ª parte – Instalação em Canaã (Jz 1-3,6).Judá substitui Josué no combate os cananeus (Jz1). Depois da morte de Josué, a nova geração dos israelitas se entregou à adoração dos deuses Baal e Astartes (Jz2).Yahweh se irritou com a quebra da aliança.
     2ª parte – História dos juízes (Jz3, 7-16). Yahweh suscitou juízes para liderar o povo: Otoniel, Aod, Samgar, Débora, Gedeão. Sempre que os israelitas pecavam, caíam nas mãos dos inimigos e Yahweh suscitava-lhes um salvador (3-8). Foram juízes Tola, Jair, Jefté, Abesã, Elon, Abdon e Sansão (Jz 13-16).
     3ª parte – Santuário de Micas e de Dã (Jz 17-).  A guerra conta Benjamim.
Os textos fundamentais são: Jz 2,10-19: drama no tempo dos juízes; Jz 4-5: Batalha contra Sísara e canto de Débora; Jz 10,17; 12,25: Jefté; Jz 13-16: Sansão.

B.   A época da monarquia

A história de Israel em Canaã muda seu sistema de governo da confederação tribal para a monarquia. Foi um processo lento e os seguintes livros narram estes períodos: 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis e 1º e 2º Crônicas. As traduções que seguem a Vulgata unem os livros de Samuel e de Reis formando os quatro livros de Reis.

2.4. 1º Samuel

O profeta Samuel foi o último juiz de Israel.Ele unificou as tribos para enfrentar os filisteus. A fim de fortalecer o povo de Deus, ele unge o primeiro rei de Israel: Saul. Os dois volumes de Samuel abrangem o período de 1010 a 970 antes de Cristo.[5]

1ª parte - O ministério de Samuel até a unção de Saul(1 - 9).
2ª parte - O reinado de Saul até sua rejeição (10—15).
3ª parte - A vida de Davi até a morte de Saul (16—30)
4ª parte - A morte de Saul (31)

2.5. 2º Samuel

 A segunda parte do livro conta como foi o reinado de Davi, sucessor de Saul.

1ª parte - A ascensão de Davi ao poder (1—10).
2ª parte - A queda de Davi (11—12).
3ª parte - Os problemas de Davi (13—20).
4ª parte -Anexo (21—24).

2.6. 1º Reis

 Envolve a história desde a morte de Davi até a destruição de Jerusalém e a deportação do povo por Nabucodonosor.

1ª parte - Os últimos dias de Davi (1, 1—2, 11)
2ª parte - O reino áureo de Salomão (2, 12—11, 43)
3ª parte - O reino dividido (12—22)

2.7. 2º Reis

Continua narrando a história, mostrando os feitos dos reis que sucederam Salomão. E termina com a tomada de Judá pelo Império Babilônico.

1ª parte - O reino dividido (continuação de 1 Reis;1—17).
2ª parte - O reino de Judá até o cativeiro (18—25).

Referências

MATEUCCI, Roberto. Introduzioneall’Antico Testamento. Prato, 2011.

PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso.  Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos,2006.



[1] MERRILL, Eugene H. Teologia do Antigo Testamento. São Paulo: Shedd, 2009, p. 449.
[2] SILVA, 2012, p. 37-49.
[3] LOPES, Augustus Nicodemus.Lendo Josué como Escritura Sagrada: mensagem e lugar do livro na história bíblica.Fides Reformata, v. 4, n. 2, 1999, p.1-18.
[4] PINTO, Carlos Osvaldo Cardoso. Foco e Desenvolvimento no Antigo Testamento. São Paulo: Hagnos,
2006, p. 221.
[5]MATEUCCI, Roberto. Introduzioneall’Antico Testamento. Prato, 2011, p. 19.

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