O QUE É O CATOLICISMO?
Os
termos “católico” e “igreja católica” são comumente motivos de uma compreensão
imprópria ou reduzida. Por causa de uma longa hegemonia da Igreja Católica
Apostólica Romana no Ocidente, muitos católicos compreendem como católica
somente essa igreja, a Igreja de rito latino. Esse reducionismo conceitual
dificulta o reconhecimento da legitimidade das demais igrejas. No entanto, Igreja Católica é toda instituição
eclesial cristã que reconhece e configura seus dogmas segundo o Credo
Niceno-Constantinopolitano. Elas têm os mesmos dogmas, mas se diferem na
liturgia e na organização administrativa e hierárquica.
Em
sentido mais amplo, podemos incluir além da essência dogmática
niceno-constantinopolitano (vide o que é),
a sucessão apostólica, o episcopado e a prática sacramental também definem o
que é catolicismo. A definição parte do mínimo comum. As formas como
historicamente foram vivenciadas cada um desses elementos sempre foram diversas
desde o cristianismo primitivo.
O
catolicismo pode ser classificado em duas grandes vertentes: a) Igrejas católicas de comunhão romana; b)
Igrejas católicas de comunhão não-romanas. Embora, outras classificações podem
ser propostas. A classificação exposta a seguir considera o critério da autoridade
do bispo de Roma como símbolo visível de comunhão.
I – IGREJAS CATÓLICAS DE COMUNHÃO
ROMANA
As
Igrejas Católicas de comunhão romana são 24: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Copta, Igreja
Católica Etíope, Igreja Católica Eritreia, Igreja Greco-Católica Melquita,
Igreja Católica Bizantina Grega, Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa,
Igreja Greco-Católica Ucraniana, Igreja Greco-Católica Bielorrussa, Igreja
Greco-Católica Russa, Igreja Greco-Católica Búlgara, Igreja Católica Bizantina
Eslovaca, Igreja Greco-Católica Húngara, Igreja Católica Bizantina da Croácia e
Sérvia, Igreja Greco-Católica Romena, Igreja Católica Bizantina Rutena, Igreja
Católica Bizantina Albanesa, Igreja Greco-Católica Macedônica, Igreja Católica
Armênia, Igreja Maronita, Igreja Católica Siríaca, Igreja Católica Siro-Malancar,
Igreja Católica Caldeia e Igreja Católica Siro-Malabar. Todas elas têm
ritos, hierarquias, organizações diversas, são autônomas. As igrejas de ritos orientais são, às vezes, referidas como sui iuris (com direito próprio). Isso significa que elas têm um código de direito canônico específico e diferente da Igreja de rito latino. Porém, todas mantêm
os mesmos dogmas e o reconhecimento do bispo de Roma, atualmente, o papa
Francisco.
II – IGREJAS CATÓLICAS DE COMUNHÃO NÃO-ROMANA
As
Igrejas católicas que não mantêm a comunhão com o bispo de Roma são: a) Igrejas Católicas Ortodoxas: Igreja
Ortodoxa de Constantinopla, Igreja Ortodoxa Apostólica Estoniana, Igreja
Ortodoxa de Alexandria, Igreja Ortodoxa de Antioquia, Igreja Ortodoxa de
Jerusalém, Igreja Ortodoxa do Sinai, Igreja Ortodoxa da Bulgária, Igreja
Ortodoxa da Geórgia, Igreja Ortodoxa da Sérvia, Igreja Ortodoxa de Moscou, Igreja
Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa da Romênia, Igreja Ortodoxa Polonesa,
Igreja de Chipre, Igreja da Grécia, Igreja Ortodoxa Albanesa, Igreja Ortodoxa Tcheca
e Eslovaca, Igreja Ortodoxa na América, Igreja Ortodoxa da Ucrânia, Igreja
Ortodoxa Cretense, Igreja Ortodoxa Estoniana, Igreja Ortodoxa da Letônia e
todas as igrejas da comunhão ortodoxa. Incluem neste grupo, as igrejas
orientais não-calcedonianas.
B) Igrejas Católicas da Reforma:
Igreja Católica Anglo-Luterana, Igreja Anglicana, Igreja Episcopal Anglicana no
Brasil, Igreja Episcopal dos Estados Unidos, Igreja Espanhola Reformada
Episcopal e todas as igrejas da comunhão anglicana. Elas são igrejas oriundas
da Reforma Protestante, mas que mantiveram a catolicidade. A influência protestante/evangélica
entre elas varia muito.
C) Igrejas Católicas divergentes
dos concílios modernos: Igrejas Veterocatólicas, Igreja
Católica Cristã da Suíça, Igreja Católica Apostólica Brasileira, Igreja
Católica Apostólica Salomoniana, Igreja Católica Conservadora do Brasil, Igreja
Católica Nacional Polonesa, Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, Igreja
Católica Palmariana e as igrejas da União de Utrecht. São igrejas que
divergiram dos concílios vaticanos I ou II e que constituíram organizações
autônomas.
As
igrejas católicas-não romanas podem
ser classificadas como católicas porque mantêm a fé católica fundamental do
Credo Niceno-Constantinopolitano e demais credos antigos, conservam a sucessão apostólica, o episcopado
e a prática sacramental, porém, são autônomas e constituem comunhões próprias. As
igrejas católicas de comunhão romana e de comunhão ortodoxa incluem as igrejas
mais antigas e tendem a se assemelharem mais do que as reformadas. As reformadas
e as divergentes dos concílios modernos ora têm uma configuração mais
católico-conservadoras, ora têm uma configuração mais protestante-evangélica.
*Artigo sujeito a revisão.