A
OBRA DE OZANAM
(A história se passa no
século XVIII, na França. Os personagens são Antônio Frederico de Ozanam, Madame
Récamier e os companheiros – Júlio Devaux, Augusto Le Taillandier, Paulo
Lamache, Francisco Lallier, Bailly e Clavé. Uma senhora, uma criança. Alguns
mendigos.)
CENA I
(O cenário é um bar. Mesas,
cadeiras. Vasilhas: bandeija, café, bule e xícaras. Ozanam e seus colegas
iniciam a cena entrando na taberna de Madame Récamier).
NARRADOR:
Era o ano de 1838, um jovem francês chamado Antônio Frederico Ozanam mudou-se
para Paris para estudar Direito na Universidade de Sorbonne. Três anos depois,
ele desenvolve uma obra que irá contagiar todo o mundo.
MADAME RÉCAMIER:
Bom dia, rapazes!
GRUPO:
Bom dia, Madame Récamier!
MADAME RÉCAMIER:
E aí, Ozanam, está gostando de Paris?
OZANAM:
Sim. A impressão é boa! Belos monumentos.
MADAME RÉCAMIER:
Vai um cafezinho aí, rapazes?
GRUPO:
Sim.
DEVÔ:
Ozanam, você precisa dar uma volta pela cidade para conhecer melhor a nossa
gente.
TAIANDIÊ:
Paris não é só glamur!
OZANAM:
Percebo que por trás destes monumentos há uma frieza de fé!
DEVÔ:
É! São outros tempos. Os ares da modernidade corromperam os bons costumes!
CENA II
(O cenário é a rua. Ozanam e seus
companheiros caminham pelas ruas de Paris).
TAIANDIÊ:
Eis a bela Paris!
(Vem caminhando uma
senhora e uma criança maltrapilhas. Com roupas surradas. A senhora está
carregando numa bolsa rústica apenas um pão e um frasco de leite. A criança
chora. Ozanam corre para junto da senhora).
OZANAM:
Minha senhora! Por que a criança está chorando?
SENHORA:
É fome, rapaz!
OZANAM:
Como assim? Nesta cidade tão rica, bela?!
SENHORA:
O senhor pode conhecer onde moro!
OZANAM:
Colegas, tenho de ver onde esta senhora mora.
DEVÔ:
Vou com você!
TAIANDIÊ:
Nós temos de voltar. Temos um debate para assistir na faculdade!
SENHORA:
É por aqui, meus senhores!
CENA III
(A senhora, a criança, Ozanam e Devô entram
numa rua estreita. Há mendigos sentados nas calçadas. Um cenário de pobreza.
Lixo espalhado).
SENHORA:
É aqui que eu e muitas famílias moramos.
OZANAM:
Mas onde estão os homens de posses desta cidade?
DEVÔ:
Ozanam, a caridade anda esquecida entre os franceses.
OZANAM:
Alguém precisa fazer alguma coisa. Todos nós somos irmãos.
(Ozanam distribui
algumas moedas com os mendigos. Todos ficam sorridentes. E retornam Ozanam e
Devô para a taberna de Madame Récamier. Conversam à mesa).
DEVÔ:
Ozanam, notei que você ficou impressionado com a situação daqueles pobres.
OZANAM:
Sim, fiquei muito. Como podemos ser cristãos e não ajudarmos o próximo.
DEVÔ:
Desde o grande São Vicente de Paulo que não vemos a Igreja preocupada com os
pobres nesta terra!
OZANAM:
Tive uma idéia! Que tal criarmos uma “conferência da caridade”? Precisamos
fazer alguma coisa por esses pobres. Seguir Jesus sem praticar a caridade não
faz sentido!
DEVÔ:
Grande idéia! Vamos conversar com os colegas.
CENA IV
(Neste momento chegam os outros companheiros.
Devô se dirige a eles).
DEVÔ:
Colegas, Ozanam teve uma ótima idéia!
TAIANDIÊ:
Qual é?
OZANAM:
Vamos criar uma “conferência da caridade” com a intenção de ajudar os pobres e
necessitados.
GRUPO:
Estamos com você.
LAMACHE:
Agora precisamos de um patrono! Quem seria?
OZANAM:
Ninguém menos do que São Vicente de Paulo.
DEVÔ:
Isso mesmo!
FRANCISCO:
E quem foi São Vicente de Paulo?
OZANAM:
O pai dos pobres? Foi um padre francês que nasceu em 1581 e morreu em 1660. Ele
fundou as confrarias da caridade. A sua vida foi dedicada aos pobres!
FRANCISCO:
A escolha foi perfeita! Então, chamaremos nosso trabalho de “Conferência da
Caridade” da Sociedade de São Vicente de Paulo.
OZANAM:
Amanhã mesmo vamos realizar a primeira reunião e não podemos deixar de ajudar
aquelas famílias que vimos lá na rua.
DEVÔ:
Isso! Viva São Vicente!
GRUPO:
Viva!
NARRADOR:
Assim surgiu a primeira conferência vicentina. Frederico Ozanam faleceu em
1853, mas sua obra se espalhou por todo o mundo. A sua inspiração foi o grande
São Vicente de Paulo, o “pai dos pobres”!