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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Teatro




A OBRA DE OZANAM

(A história se passa no século XVIII, na França. Os personagens são Antônio Frederico de Ozanam, Madame Récamier e os companheiros – Júlio Devaux, Augusto Le Taillandier, Paulo Lamache, Francisco Lallier, Bailly e Clavé. Uma senhora, uma criança. Alguns mendigos.)

CENA I
(O cenário é um bar. Mesas, cadeiras. Vasilhas: bandeija, café, bule e xícaras. Ozanam e seus colegas iniciam a cena entrando na taberna de Madame Récamier).
NARRADOR: Era o ano de 1838, um jovem francês chamado Antônio Frederico Ozanam mudou-se para Paris para estudar Direito na Universidade de Sorbonne. Três anos depois, ele desenvolve uma obra que irá contagiar todo o mundo.

MADAME RÉCAMIER: Bom dia, rapazes!
GRUPO: Bom dia, Madame Récamier!
MADAME RÉCAMIER: E aí, Ozanam, está gostando de Paris?
OZANAM: Sim. A impressão é boa! Belos monumentos.
MADAME RÉCAMIER: Vai um cafezinho aí, rapazes?
GRUPO: Sim.
DEVÔ: Ozanam, você precisa dar uma volta pela cidade para conhecer melhor a nossa gente.
TAIANDIÊ: Paris não é só glamur!
OZANAM: Percebo que por trás destes monumentos há uma frieza de fé!
DEVÔ: É! São outros tempos. Os ares da modernidade corromperam os bons costumes!

CENA II
(O cenário é a rua. Ozanam e seus companheiros caminham pelas ruas de Paris).
TAIANDIÊ: Eis a bela Paris!
(Vem caminhando uma senhora e uma criança maltrapilhas. Com roupas surradas. A senhora está carregando numa bolsa rústica apenas um pão e um frasco de leite. A criança chora. Ozanam corre para junto da senhora).
OZANAM: Minha senhora! Por que a criança está chorando?
SENHORA: É fome, rapaz!
OZANAM: Como assim? Nesta cidade tão rica, bela?!
SENHORA: O senhor pode conhecer onde moro!
OZANAM: Colegas, tenho de ver onde esta senhora mora.
DEVÔ: Vou com você!
TAIANDIÊ: Nós temos de voltar. Temos um debate para assistir na faculdade!
SENHORA: É por aqui, meus senhores!

CENA III
(A senhora, a criança, Ozanam e Devô entram numa rua estreita. Há mendigos sentados nas calçadas. Um cenário de pobreza. Lixo espalhado).
SENHORA: É aqui que eu e muitas famílias moramos.
OZANAM: Mas onde estão os homens de posses desta cidade?
DEVÔ: Ozanam, a caridade anda esquecida entre os franceses.
OZANAM: Alguém precisa fazer alguma coisa. Todos nós somos irmãos.
(Ozanam distribui algumas moedas com os mendigos. Todos ficam sorridentes. E retornam Ozanam e Devô para a taberna de Madame Récamier. Conversam à mesa).
DEVÔ: Ozanam, notei que você ficou impressionado com a situação daqueles pobres.
OZANAM: Sim, fiquei muito. Como podemos ser cristãos e não ajudarmos o próximo.
DEVÔ: Desde o grande São Vicente de Paulo que não vemos a Igreja preocupada com os pobres nesta terra!
OZANAM: Tive uma idéia! Que tal criarmos uma “conferência da caridade”? Precisamos fazer alguma coisa por esses pobres. Seguir Jesus sem praticar a caridade não faz sentido!
DEVÔ: Grande idéia! Vamos conversar com os colegas.

CENA IV
(Neste momento chegam os outros companheiros. Devô se dirige a eles).
DEVÔ: Colegas, Ozanam teve uma ótima idéia!
TAIANDIÊ: Qual é?
OZANAM: Vamos criar uma “conferência da caridade” com a intenção de ajudar os pobres e necessitados.
GRUPO: Estamos com você.
LAMACHE: Agora precisamos de um patrono! Quem seria?
OZANAM: Ninguém menos do que São Vicente de Paulo.
DEVÔ: Isso mesmo!
FRANCISCO: E quem foi São Vicente de Paulo?
OZANAM: O pai dos pobres? Foi um padre francês que nasceu em 1581 e morreu em 1660. Ele fundou as confrarias da caridade. A sua vida foi dedicada aos pobres!
FRANCISCO: A escolha foi perfeita! Então, chamaremos nosso trabalho de “Conferência da Caridade” da Sociedade de São Vicente de Paulo.
OZANAM: Amanhã mesmo vamos realizar a primeira reunião e não podemos deixar de ajudar aquelas famílias que vimos lá na rua.
DEVÔ: Isso! Viva São Vicente!
GRUPO: Viva!

NARRADOR: Assim surgiu a primeira conferência vicentina. Frederico Ozanam faleceu em 1853, mas sua obra se espalhou por todo o mundo. A sua inspiração foi o grande São Vicente de Paulo, o “pai dos pobres”!




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