O CRISTÃO DEVE SE ENVOLVER EM CARGOS POLÍTICOS?
Há muitas discussões
sobre se o cristão deve exercer cargos políticos. Uma visão comum é considerar
que a política é a arte do bem comum, então, o cristão deveria participar dela
como um exercício de caridade em favor da sua comunidade. Contudo, além dessa
visão utópica, existe a política que acontece no cotidiano com todas as suas
mazelas. Gosto de mirar mais na política realista. Este é o nosso chão.
Na prática, predominam no
exercício da política, poder, dinheiro, benefícios individuais. Nem sempre a
política é a arte do bem comum, consolidou-se mais como arte de alcançar poder
e bem-estar para grupos que se dizem representantes da sociedade.
Se buscarmos uma resposta
na tradição, no cristianismo primitivo encontramos recomendações contra algumas
profissões incompatíveis com a fé cristã. Na obra Discurso contra os Gregos,
Taciano censura as profissões dos atores, lutadores, escultores. Na Tradição
Apostólica, Hipólito de Roma inclui na lista, pintor, dono de prostíbulo,
soldado e magistrado.
A razão é que o cristão tem um código moral para
a profissão que exerce. As recomendações eram contra profissões que envolvessem
idolatria, violência, exploração e promiscuidade sexual. Essas recomendações
são válidas também para cargos políticos.
Quem exerce direta ou
indiretamente um cargo político precisa pautar suas ações na justiça, verdade e
caridade. No caso dos políticos na esfera municipal, a conduta cristã exige que
o político seja justo, verdadeiro e fraterno, dentro do ordenamento jurídico,
desde a campanha eleitoral até o último dia de mandato.
Já pensou em quantas
práticas dos nossos políticos cristãos que não refletem os valores de justiça,
verdade e caridade?
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