Social Icons

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Verbete explicativo de eclesiologia

 O QUE É O CATOLICISMO?

Papa Francisco e patriarcas orientais.

Os termos “católico” e “igreja católica” são comumente motivos de uma compreensão imprópria ou reduzida. Por causa de uma longa hegemonia da Igreja Católica Apostólica Romana no Ocidente, muitos católicos compreendem como católica somente essa igreja, a Igreja de rito latino. Esse reducionismo conceitual dificulta o reconhecimento da legitimidade das demais igrejas. No entanto, Igreja Católica é toda instituição eclesial cristã que reconhece e configura seus dogmas segundo o Credo Niceno-Constantinopolitano. Elas têm os mesmos dogmas, mas se diferem na liturgia e na organização administrativa e hierárquica.

Em sentido mais amplo, podemos incluir além da essência dogmática niceno-constantinopolitano (vide o que é), a sucessão apostólica, o episcopado e a prática sacramental também definem o que é catolicismo. A definição parte do mínimo comum. As formas como historicamente foram vivenciadas cada um desses elementos sempre foram diversas desde o cristianismo primitivo.

O catolicismo pode ser classificado em duas grandes vertentes: a) Igrejas católicas de comunhão romana; b) Igrejas católicas de comunhão não-romanas. Embora, outras classificações podem ser propostas. A classificação exposta a seguir considera o critério da autoridade do bispo de Roma como símbolo visível de comunhão.

 

I – IGREJAS CATÓLICAS DE COMUNHÃO ROMANA

 

As Igrejas Católicas de comunhão romana são 24: Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Católica Copta, Igreja Católica Etíope, Igreja Católica Eritreia, Igreja Greco-Católica Melquita, Igreja Católica Bizantina Grega, Igreja Católica Bizantina Ítalo-Albanesa, Igreja Greco-Católica Ucraniana, Igreja Greco-Católica Bielorrussa, Igreja Greco-Católica Russa, Igreja Greco-Católica Búlgara, Igreja Católica Bizantina Eslovaca, Igreja Greco-Católica Húngara, Igreja Católica Bizantina da Croácia e Sérvia, Igreja Greco-Católica Romena, Igreja Católica Bizantina Rutena, Igreja Católica Bizantina Albanesa, Igreja Greco-Católica Macedônica, Igreja Católica Armênia, Igreja Maronita, Igreja Católica Siríaca, Igreja Católica Siro-Malancar, Igreja Católica Caldeia e Igreja Católica Siro-Malabar. Todas elas têm ritos, hierarquias, organizações diversas, são autônomas. As igrejas de ritos orientais são, às vezes, referidas como sui iuris (com direito próprio). Isso significa que elas têm um código de direito canônico específico e diferente da Igreja de rito latino. Porém, todas mantêm os mesmos dogmas e o reconhecimento do bispo de Roma, atualmente, o papa Francisco.

 

II – IGREJAS CATÓLICAS DE COMUNHÃO NÃO-ROMANA

 

As Igrejas católicas que não mantêm a comunhão com o bispo de Roma são: a) Igrejas Católicas Ortodoxas: Igreja Ortodoxa de Constantinopla, Igreja Ortodoxa Apostólica Estoniana, Igreja Ortodoxa de Alexandria, Igreja Ortodoxa de Antioquia, Igreja Ortodoxa de Jerusalém, Igreja Ortodoxa do Sinai, Igreja Ortodoxa da Bulgária, Igreja Ortodoxa da Geórgia, Igreja Ortodoxa da Sérvia, Igreja Ortodoxa de Moscou, Igreja Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa da Romênia, Igreja Ortodoxa Polonesa, Igreja de Chipre, Igreja da Grécia, Igreja Ortodoxa Albanesa, Igreja Ortodoxa Tcheca e Eslovaca, Igreja Ortodoxa na América, Igreja Ortodoxa da Ucrânia, Igreja Ortodoxa Cretense, Igreja Ortodoxa Estoniana, Igreja Ortodoxa da Letônia e todas as igrejas da comunhão ortodoxa. Incluem neste grupo, as igrejas orientais não-calcedonianas.

B) Igrejas Católicas da Reforma: Igreja Católica Anglo-Luterana, Igreja Anglicana, Igreja Episcopal Anglicana no Brasil, Igreja Episcopal dos Estados Unidos, Igreja Espanhola Reformada Episcopal e todas as igrejas da comunhão anglicana. Elas são igrejas oriundas da Reforma Protestante, mas que mantiveram a catolicidade. A influência protestante/evangélica entre elas varia muito.

C) Igrejas Católicas divergentes dos concílios modernos: Igrejas Veterocatólicas, Igreja Católica Cristã da Suíça, Igreja Católica Apostólica Brasileira, Igreja Católica Apostólica Salomoniana, Igreja Católica Conservadora do Brasil, Igreja Católica Nacional Polonesa, Igreja Lusitana Católica Apostólica Evangélica, Igreja Católica Palmariana e as igrejas da União de Utrecht. São igrejas que divergiram dos concílios vaticanos I ou II e que constituíram organizações autônomas.

As igrejas católicas-não romanas podem ser classificadas como católicas porque mantêm a fé católica fundamental do Credo Niceno-Constantinopolitano e demais credos antigos,  conservam a sucessão apostólica, o episcopado e a prática sacramental, porém, são autônomas e constituem comunhões próprias. As igrejas católicas de comunhão romana e de comunhão ortodoxa incluem as igrejas mais antigas e tendem a se assemelharem mais do que as reformadas. As reformadas e as divergentes dos concílios modernos ora têm uma configuração mais católico-conservadoras, ora têm uma configuração mais protestante-evangélica.

*Artigo sujeito a revisão.