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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Comunhão dos santos


TODOS OS SANTOS E FINADOS: UM POUCO DA HISTÓRIA E DO SENTIDO

José Aristides da Silva Gamito*

O mês de novembro começa com duas celebrações muito características: Dia de Todos os Santos e Dia de Finados. Na verdade, a Igreja relembra em duas datas a memória de todos os fiéis falecidos. Apenas destaca no dia 1º de novembro todos aqueles fiéis falecidos conhecidos ou não que foram exemplos de fé e de santidade. Para o Dia de Finados a menção é feita a todos os falecidos independentemente de seu grau de santidade. Essas tradições litúrgicas remetem os fiéis à fé na comunhão entre vivos e falecidos. Este é um princípio de fé cristã.
A Festa de Todos os Santos tem origem em 610 sob o papado de Bonfácio IV. Primeiramente, foi comemorada a 13 de maio. Já o Dia de Finados foi fixado pelos monges de Cluny, na França, no século XI. Se junta às tradições das festas dedicadas aos mortos a festa pagã de Halloween, um ritual celta. Porém, dentro do cristianismo desde o século II já havia esse cultivo da memória dos mártires, pois os fiéis acreditavam que eles estavam no céu e poderiam interceder pelos vivos. Surge neste contexto, a confiança na comunhão dos santos professada depois no Símbolo Apostólico como artigo de fé.
O cultivo da memória daqueles que já partiram sempre esteve presente em muitas culturas. E no senso comum, não há aquele que não concorde que a saudade nos leva a esse vínculo afetivo com os falecidos. As festas dedicadas aos falecidos nos passam duas importantes lições. Uma primeira delas é que somos mortais e transitórios. A segunda é que nos ligar aos que nos precederam é enriquecedor. Sem o exemplo, sem a herança cultural e moral dos antepassados não teríamos tantos avanços hoje.
Por fim, esses dois dias servem de momento de reflexão para todas as pessoas fiéis e não fiéis. Quando recordamos os que morreram, nós nos tornamos mais humildes e assumimos a nossa transitoriedade e passamos a pensar na herança que deixaremos: O bom exemplo, as atitudes a serem seguidas. Assim dizia Cícero, escritor romano, “vita mortuorum in memória est pósita vivorum” (A vida dos mortos está guardada na memória dos vivos).

*Administrador do Blog “Forania de Ipanema On line”

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