História

COMO O CRISTIANISMO CHEGOU ATÉ NÓS?

A transmissão da mensagem de Jesus passou ao longo dos séculos por muitas mãos até que chegasse a nós. Essa tarefa se deve muito ao esforço e à entrega dos primeiros cristãos. Após a morte de Jesus, os apóstolos partiram em missão seguindo as diversas rotas do Império Romano. A preocupação era manter viva a memória do Mestre e difundir a Boa Nova. Porém, o cristianismo não foi construído em um só dia.

Inicialmente, o cristianismo era somente uma seita dentro do judaísmo. Como os judeus não aceitavam a divindade de Jesus, logo, começaram divergências e perseguições por parte das autoridades judaicas contra os cristãos. Com a destruição de Jerusalém no ano 70 d. C. ocorreu a ruptura definitiva entre as duas religiões.

Com a expansão do cristianismo e o risco de perder a memória dos acontecimentos da vida de Jesus, uma solução encontrada foi redigir os Evangelhos. As Cartas do Novo Testamento tiveram como objetivos encorajar as comunidades e passar orientações por escrito, sanando dúvidas e contornando divergências. Nasceu o Novo Testamento com a redação do último livro, o Apocalipse, nos finais dos anos 90 d. C.

O cristianismo teve um duplo esforço, precisou contornar divergências internas e as perseguições externas. Internamente, teve de enfrentar as heresias. Heresias são interpretações diferentes de doutrinas sustentadas por alguns bispos e escritores. Essas heresias foram resolvidas através dos Concílios dos séculos IV e V. O primeiro deles foi em Niceia, em 325. Foram personalidades importantes na transmissão da doutrina ortodoxa os chamados Pais da Igreja. Esses foram cristãos instruídos que escreveram diversas obras registram a Tradição que os apóstolos deixaram.

As perseguições externas, isto é, por parte do Império Romano foram enfrentadas pelos mártires que deram suas vidas para defender a fé. A paz só veio em 313 com o Edito de Milão. O imperador Constantino emitiu um documento que tornava o Império neutro em termos de religião, logo, os cristãos saíram da clandestinidade.

Por essas razões é que o conhecimento da História da Igreja Primitiva é importantíssimo. Os cristãos de hoje devem muito ao esforço dos mártires e dos pais da Igreja que defenderam a doutrina cristã e a fixaram através do Concílios. Nenhuma tradição religiosa moderna pode ser autêntica se não revisitar essa herança que documenta o que é o cristianismo original.

José Aristides da Silva Gamito – Informativo Conexão Comunitária. Out. 2014