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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Os Evangelhos Sinóticos


          Os evangelhos sinóticos são Mateus, Marcos e Lucas. Eles são estudados juntos por causa das semelhanças que compartilham. São três versões bem parecidas de uma mesma história.João diferencia-se bastante dos Sinóticos. Os primeiros cristãos produziram vários evangelhos, apenas quatro foram admitidos como textos inspirados.
            Para se respeitar os autores, a Igreja antiga manteve as três versões dos Sinóticos. Porém, houve propostas de mesclar as narrativas em uma mesma obra. No século II, o sírio Taciano fez uma composição harmonizada com os evangelhos conhecida como Diatéssaron.[1] As semelhanças entre esses evangelhos geraram algumas hipóteses. Segundo a hipótese das duas fontes, as semelhanças entre os evangelhos se explica porque já havia um evangelho antes deles que serviu de fonte para cada autor. Marcos é o evangelho mais antigo e Mateus e Lucas utilizaram Marcos como referência e consultaram uma obra chamada de Fonte Q. Porém, ainda há informações específicas de cada evangelho. A estas fontes foram dados os nomes de fonte M (Mateus) e fonte L (Lucas). As hipóteses ajudam a compreender o processo de redação dos evangelhos e a confiabilidade das informações. Antes da redação dos evangelhos, havia coleções de ditos e de parábolas de Jesus. O Evangelho de Tomé é uma prova disso.[2] Provavelmente, os autores utilizaram diferentes fontes que preservavam informações sobre Jesus. Podem acrescentar a elas, as narrativas da paixão que foram utilizadas também pelo Evangelho de Pedro.
            Mateus é um evangelho voltado para os judeus. Ele pretende amenizar a ruptura entre judaísmo e cristianismo. Pode ter sido escrito em Antioquia, por volta do ano 80.O tema mais forte neste evangelho é o Reino de Deus.
O evangelho tem a seguinte estrutura: I. Prólogo (caps. 1; 2), II. A Vinda do Reino (caps. 3—7), III. As Obras do Reino (caps. 8-10), IV. A Natureza do Reino (caps. 11—13), V. A Autoridade do Reino (caps. 14—18), VI. As Bênçãos e os Julgamentos do Reino (caps. 19—25) e VII. Paixão e Ressurreição (caps. 26—28).
            Marcos é tido como o evangelho mais antigo. Segundo a tradição que vem de Papias de Hierápolis, Marcos foi ouvinte de Pedro. Como Marcos não teve pessoalmente com Jesus, ele fez anotações a partir da pregação de Pedro e de suas lembranças.[3]Mas temos uma tradição que identifica Marcos com o jovem que aparece em Mc 14, 51-52. O evangelho foi escrito em Roma, no ano 70.
Marcos é o evangelho da ação. Ele enfatiza o poder de Jesus sobre várias situações e mantém o segredo sobre sua condição de Messias. O texto pode ser dividido em: I –Prólogo: Início do Ministério de Jesus (1, 1-13), II – Ministério público de Jesus na Galileia (1, 14-6, 44), III – Ministério às regiões gentias (6, 45-8, 32), IV – Retorno a Cafarnaum (9, 33-5), V – Viagem para a Judeia e Jerusalém (10), VI – Paixão (11-15) e VII – Aparições ressurretas em Jerusalém (16).
Lucas é um evangelho destinado às comunidades gentílicas. Segundo uma tradição do século II, o autor deste evangelho é Lucas, o médico de Colossenses 4, 14. Ele foi escrito por volta de 80.
A estrutura de Lucas pode ser apresentada deste modo: I. Prefácio (1.1-4), II. As histórias da Infância (1.5-2.52), III. O Ministério de João Batista (3.1-20), IV. Introdução ao Ministério de Jesus (3.21-4.13), V. Jesus na Galiléia (4.14-9.50), VI. A Viagem de Jesus da Galileia a Jerusalém (9.51-19.44), VII. Jesus em Jerusalém (19.45-21.38) e VIII. O Clímax (22.1—24.53).


[1]KOESTER, 2005, p. 34.
[2]KOESTER, 2005, p. 50-51.
[3]KOESTER, 2005, p. 182.

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