Os evangelhos
sinóticos são Mateus, Marcos e Lucas. Eles são estudados juntos por causa das
semelhanças que compartilham. São três versões bem parecidas de uma mesma
história.João diferencia-se bastante dos Sinóticos. Os primeiros cristãos
produziram vários evangelhos, apenas quatro foram admitidos como textos
inspirados.
Para se respeitar os autores, a
Igreja antiga manteve as três versões dos Sinóticos. Porém, houve propostas de
mesclar as narrativas em uma mesma obra. No século II, o sírio Taciano fez uma
composição harmonizada com os evangelhos conhecida como Diatéssaron.[1] As
semelhanças entre esses evangelhos geraram algumas hipóteses. Segundo a
hipótese das duas fontes, as semelhanças entre os evangelhos se explica porque
já havia um evangelho antes deles que serviu de fonte para cada autor. Marcos é
o evangelho mais antigo e Mateus e Lucas utilizaram Marcos como referência e consultaram
uma obra chamada de Fonte Q. Porém, ainda há informações específicas de cada
evangelho. A estas fontes foram dados os nomes de fonte M (Mateus) e fonte L
(Lucas). As hipóteses ajudam a compreender o processo de redação dos evangelhos
e a confiabilidade das informações. Antes da redação dos evangelhos, havia
coleções de ditos e de parábolas de Jesus. O Evangelho de Tomé é uma prova
disso.[2]
Provavelmente, os autores utilizaram diferentes fontes que preservavam
informações sobre Jesus. Podem acrescentar a elas, as narrativas da paixão que
foram utilizadas também pelo Evangelho de Pedro.
Mateus é um evangelho voltado para
os judeus. Ele pretende amenizar a ruptura entre judaísmo e cristianismo. Pode
ter sido escrito em Antioquia, por volta do ano 80.O tema mais forte neste
evangelho é o Reino de Deus.
O
evangelho tem a seguinte estrutura: I. Prólogo (caps. 1; 2), II. A Vinda do
Reino (caps. 3—7), III. As Obras do Reino (caps. 8-10), IV. A Natureza do Reino
(caps. 11—13), V. A Autoridade do Reino (caps. 14—18), VI. As Bênçãos e os Julgamentos
do Reino (caps. 19—25) e VII. Paixão e Ressurreição (caps. 26—28).
Marcos é tido como o evangelho mais
antigo. Segundo a tradição que vem de Papias de Hierápolis, Marcos foi ouvinte
de Pedro. Como Marcos não teve pessoalmente com Jesus, ele fez anotações a
partir da pregação de Pedro e de suas lembranças.[3]Mas
temos uma tradição que identifica Marcos com o jovem que aparece em Mc 14,
51-52. O evangelho foi escrito em Roma, no ano 70.
Marcos
é o evangelho da ação. Ele enfatiza o poder de Jesus sobre várias situações e
mantém o segredo sobre sua condição de Messias. O texto pode ser dividido em: I
–Prólogo: Início do Ministério de Jesus (1, 1-13), II – Ministério público de
Jesus na Galileia (1, 14-6, 44), III – Ministério às regiões gentias (6, 45-8,
32), IV – Retorno a Cafarnaum (9, 33-5), V – Viagem para a Judeia e Jerusalém
(10), VI – Paixão (11-15) e VII – Aparições ressurretas em Jerusalém (16).
Lucas
é um evangelho destinado às comunidades gentílicas. Segundo uma tradição do
século II, o autor deste evangelho é Lucas, o médico de Colossenses 4, 14. Ele
foi escrito por volta de 80.
A
estrutura de Lucas pode ser apresentada deste modo: I. Prefácio (1.1-4), II. As
histórias da Infância (1.5-2.52), III. O Ministério de João Batista (3.1-20), IV.
Introdução ao Ministério de Jesus (3.21-4.13), V. Jesus na Galiléia
(4.14-9.50), VI. A Viagem de Jesus da Galileia a Jerusalém (9.51-19.44), VII. Jesus
em Jerusalém (19.45-21.38) e VIII. O Clímax (22.1—24.53).
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