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terça-feira, 23 de julho de 2019

Aulas 01 e 02 - Estudo Teológico


RESUMO DE “INTRODUÇÃO CRÍTICA AO CRISTIANISMO”
Introdução aos Estudos da Teologia

I – As fontes do saber teológico

1. A natureza do conhecimento teológico: É um conhecimento coletivo fundamentado em testemunhos subjetivos, históricos, dependentes da experiência de fé dos fundadores.
2. O conhecimento teológico fundamenta-se sobre uma literatura: Todo texto permite diversas interpretações, estas geram diferentes correntes teológicas.
3. O texto bíblico é polissêmico: Ele contém diversos significados e vozes sem uma continuidade e homogeneidade evidentes. Não forma um único bloco. É necessário identificar uma chave de leitura.
4. A interpretação é, portanto, a chave do estudo teológico: A teologia se constrói sobre textos. Isso implica vários significados. Precisamos escolher bons instrumentos para colhermos os melhores resultados.
4. As diferentes igrejas surgem de diferentes interpretações: A diversidade do cristianismo tem uma dupla origem – interpretação e poder.
5. O contraste entre catolicismo e protestantismo: Elegeram diferentes fontes para gerar seus dogmas (posição maximalista e minimalista).
6. Posição minimalista: A Reforma Protestante optou pela redução das fontes de dogmas. A doutrina dos “cinco solas” é a máxima expressão disso.
7. Posição maximalista: As Igrejas Católica e Ortodoxa seguem a Escritura, a Tradição e o Magistério como fonte de derivação de dogmas. Elas optaram por mais fontes.
8. A unidade do cristianismo é um problema insolúvel: A única coisa que pode unir a todos é a caridade. O ecumenismo é um esforço neste sentido.

II - A interpretação e o texto bíblico

9. A interpretação da Bíblia exige instrumentos adequados: A hermenêutica e a exegese são duas técnicas importantes para uma melhor interpretação da Bíblia.
10. A distância temporal: O leitor da Bíblia precisa considerar que ele se distancia 1.900 anos dos autores bíblicos. A sociedade, a cultura, a moral e os costumes eram diferentes.
11. A distância cultural: Duas antigas e diferentes culturas estão na origem da Bíblia: A semita (AT) e a greco-romana (NT).
12. A distância geográfica: O conhecimento da geografia e da política do ambiente bíblico possibilita compreender melhor o texto.
13. A distância linguística: São textos escritos em hebraico (AT) e em grego (NT) com diferentes pensamentos, fraseologias e formas de expressão.
14. A hermenêutica é o campo de estudos que estabelece os métodos adequados para a compreensão e a interpretação dos textos bíblicos.
15. A exegese é a explicação do sentido de um texto bíblico a partir da aplicação de uma técnica.
16. A Teologia Bíblica é o campo que estuda os significados dos textos bíblicos para a compreensão da fé. Ela é um resultado da exegese aplicada.

III - A interpretação e os dogmas

17. A Teologia Dogmática é o campo que estuda e sistematiza as principais doutrinas cristãs. Ela coloca em diálogo a Bíblia e a Tradição.
18. As duas fontes: A Igreja Católica considera a Bíblia e a Tradição como as duas fontes dos princípios da fé e da moral (vide Dei Verbum– posição do Vaticano II).
19. A Igreja gera as Escrituras: o Novo Testamento é fruto da prática eclesial dos cristãos do século 1º e da memória que os apóstolos preservaram de Jesus.
20. As Escrituras geram a Igreja: No cristianismo primitivo este processo é simultâneo, as Escrituras foram sendo escritas enquanto a Igreja estava definindo seus dogmas e suas práticas litúrgicas.
21. Na compreensão da Sola Scriptura não há recurso à Tradição porque os Pais Reformadores fizeram a Igreja derivar do Novo Testamento.
22. A interpretação dos dogmas é reservada ao Magistério da Igreja: O Magistério é uma instância de ensinamento público eclesial cujas autoridades responsáveis são os bispos representados pelo ministério do bispo de Roma.
23. Novas expressões de fé vão sendo geradas pelo sensus fidélium, porém, a Revelação encerrou-se com o último apóstolo. O Magistério tem a única função de atualizar esses dogmas.

IV – O cristianismo primitivo e a ortodoxia

24. O cristianismo antigo compreende um período que vai desde 33 até 337 depois de Cristo, dentro dele está o cristianismo primitivo.
25. O cristianismo primitivo compreende o período de 33 até o início do século 2º: Neste período, a Igreja foi se desenvolvendo e tomando a sua forma original.
26. A Patrística: É o campo da teologia que estuda a literatura do cristianismo primitivo e quais eram as doutrinas, os dogmas e a prática eclesial das primeiras gerações de cristãos.
27. As heresias: O cristianismo antigo era formado por diversos grupos com diferentes crenças. Esta diversidade causava muita divisão. Então, foram instituídos os concílios para fixar as doutrinas e resolver as polêmicas (heresias) por meio do consenso.
28. Os escritos dos Pais da Igreja são o testemunho mais antigo de como era a Igreja Primitiva. O catolicismo usa o consensus patruum como fonte de resolução de divergências de doutrinas.
29. A Tradição Apostólica é o conjunto de todos os ensinamentos que foi recebido pelos primeiros cristãos de forma oral ou escrita dos apóstolos.
30. A ortodoxia: É o ensinamento considerado verdadeiro, genuíno e original preservado pela Tradição Apostólica.

José Aristides da Silva Gamito
Conceição de Ipanema
10/07/2019

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