RESUMO DE “INTRODUÇÃO
À APOLOGÉTICA”
Introdução
aos Estudos da Teologia
I
– Pressupostos para a apologética
1. A Apologética: é um exercício
teológico de defesa da fé. São um conjunto de explicações, fundamentações e
provas para defender pontos de fé conflituosos da crítica externa à Igreja
Católica.
2.
Na primeira metade do século XX, a
apologética católica entrou em muitas polêmicas com grupos protestantes. A
medida era sempre de debates agressivos.
3.
A partir do Concílio Vaticano II, a
adesão a ecumenismo levou os padres católicos a utilizarem uma apologética mais
bíblica e dialógica.
4.
A motivação bíblica da apologética é
“santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a
dar razões da vossa esperança a todo aquele que vo-la pede” (1 Pd 3, 3).
5.
Uma boa apologética deve ser crítica,
dialógica e respeitosa porque o princípio da caridade está acima de
qualquer divergência de dogmas (Jo 17, 21).
II
– Qual é a fé comum dos cristãos?
6.
O catolicismo faz derivar de seus
dogmas do Novo Testamento e da Tradição Apostólica reafirmada pelos concílios e
sempre interpretada pelo Magistério.
7.
Antes de falar em apologética é importante conhecer a História dos Dogmas, de como eles foram formados na Igreja
Primitiva.
8.
O consensus
pátruum e autoridade dos setes primeiros concílios são fundamentais
para compreender como o Novo Testamento e a Tradição Apostólica são frutos de
uma mesma tradição.
9.
O testemunho mais antigo do essencial da
fé cristã são os símbolos. Eles são síntese de confissão pública da fé.
10.
A obra Epístola dos Apóstolos é um
documento de 160-170 depois de Cristo e contém cinco artigos de fé: a) Pai
criador do universo; b) Jesus Cristo como salvador; c) Espírito Santo como
defensor; d) fé na Santa Igreja; e) a remissão dos pecados.
11.
No contexto apologético, usa-se Igreja
Católica como oposição à Igreja Protestante, mas a expressão Igreja
Católica e Apostólica aparecerá no cristianismo antigo e não possui o exato
sentido que atribuímos hoje.
12.
A Igreja Católica e Apostólica era uma pluralidade de igrejas locais fundadas a
partir da tradição de algum apóstolo, as mais influentes eram: Igreja de Roma, Igreja de Antioquia, Igreja
de Constantinopla, Igreja de Jerusalém e Igreja de Alexandria.
13.Em
síntese, de 160 até final do século IV, temos dezenas de símbolos que proclama
a fé básica dos cristãos: Fé na
Trindade, na maternidade virginal de Maria, na morte e ressurreição de Jesus,
no julgamento final, na Igreja Católica e Apostólica, na remissão dos pecados e
na ressurreição da carne.
14. A maioria das
Igrejas Antigas confessa e reconhece esses dogmas porque
eles foram herdados dos primeiros pais. Esta é a fé ortodoxa e ecumênica.
III
– Os dogmas antigos rejeitados pela Reforma
15.
A definição do cânone: O consenso
sobre o número de livros inspirados tem seu marco no ano 397 no 3º Sínodo de
Cartago. Por definição, eles adotaram o cânone mais amplo que remonta à edição
da Septuaginta (século III a. C.).
16.
A decisão sobre o cânone é histórica
e cultural mesmo o princípio da parcimônia da Sola Scriptura não pode resolvê-lo porque é um fator exterior ao
texto bíblico.
17.
Definição dos sacramentos: o Batismo
(Mt 28, 18-20 Mt 3,13-17; 28, 19-20; Jo 3, 1-8; At 8,36-37; Rm 6,3-11; Gl
3,26-27) e a Eucaristia (Jo 6,22-71; Mt 26, 26-28; Mc 14, 22-25; Lc 22, 19-20; I
Cor 11,23-25) são os únicos sacramentos unanimemente aceitos por todas as
igrejas. Mas a Igreja Católica sempre conservou os demais sacramentos. A confissão é fundamentada em Jo 20,
21-23 e Mt 16, 18-19. A confirmação
está em At2,1-11; 8,14-17;19,1-7. A unção
dos enfermos em Mc 6,13; Tg 5,14-15. O matrimônio em Mt 29,4; Ef 5,21-31; I
Cor 7,1-7, I cor 13, Cl 3,18ss; Ef 6,1.
18.
Em 1547, na 7ª sessão do Concílio de
Trento, os bispos proclamaram publicamente a existência dos sete sacramentos
por causa do clima de contestação do protestantismo, mas já eram praticados
desde a antiguidade.
19.
A Igreja acreditou desde o começo de que o pão e o vinho são o corpo e sangue
de Jesus (Jesus pediu que fizesse uma ceia em recordação dele. E tomou o pão e
o vinho como seu corpo e seu sangue (Mt 26, 26-28). A partir de então, os
cristãos se fizeram isto em recordação do Senhor (1 Cor 11, 23-26).
20.
A doutrina da transubstanciação é a
explicação de que na eucaristia acontece esta transformação do pão e do vinho
em corpo de Jesus. É a crença que as espécies mudam substancialmente no corpo
de Jesus (linguagem filosófica).
21.
A doutrina da consubstanciação: é a
explicação de Jesus está presente com o pão e o vinho durante a ceia
eucarística (posição dos luteranos).
22.
A doutrina da ceia como memorial: é
a explicação de que a ceia é memória e símbolo da presença de Jesus e não
transformação material do pão em Jesus (posição das demais igrejas
protestantes).
23.
Desdobramento da doutrina da
transubstanciação: A partir da fé na transubstanciação, desenvolveu-se a) o
culto eucarístico com a adoração ao Santíssimo; b) e a Missa como sacrifício de
Cristo.
23.
A confissão e a penitência estiverem
presentes na prática da Igreja desde o início. Inicialmente, a confissão era
pública, tornou-se auricular obrigatória a partir do Concílio de Latrão IV
(1215) por razões pastorais.
24.
A ordem possui três graus: o diaconato,
o presbiterato e o episcopado. Os diversos nomes que se dão a estes
ministérios são costumes culturais (padre, dom, arcebispo, frei, monsenhor
etc.)
25.
O papa é o bispo de Roma: Ele é
considerado um ponto de unidade entre as diversas igrejas locais (primus inter pares). Sua autoridade é
exercida em nome da comunhão dos bispos.
26.
O primado de Pedro: Os bispos
sucessores de Pedro em Roma são considerados o “primus” por causa da escolha que Jesus fez de Pedro em Mt 16, 18.
Pedro foi bispo de Roma durante 25 anos (testemunho de Eusébio).
18/07/2019
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